“Éramos duas: Francisca Franco e Mary Speers. Unimos forças e nos tornamos uma”. Com esta frase, a Revista Visão, um órgão oficial da Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo, em sua publicação de número 63, saudou a criação da mais nova fundação sob a curadoria da Catedral Evangélica de São Paulo.

A Fundação Presbiteriana de São Paulo é resultado da incorporação da Fundação Mary Harriet Speers à Francisca Franco que, ao longo dos anos, obteve inúmeras certificações importantes no âmbito da assistência social, entre elas o CEBAS (Certificação de Entidades Beneficente de Assistência Social). Assim, a Fundação Francisca Franco se manteve à frente da atual razão social da entidade. O nome “Fundação Presbiteriana de São Paulo”, devidamente registrado no INPI como propriedade da Fundação Francisca Franco, assume o nome fantasia ou “nome de marca”, que se torna o nome de conhecimento do público em geral. Essa é a forma como a marca será divulgada e consolidada na sociedade e meios de comunicação.

O ato de incorporação acontece em plena consonância com o movimento que, ao redor do globo, tem alcançado inúmeras instituições, sejam elas da iniciativa privada ou do terceiro setor: o fenômeno do “M&A”.  As operações de “M&A – Merge and Aquisitions” ou “fusões e aquisições” vão muito além de qualquer modismo do mundo corporativo e proporcionam às partes envolvidas a formação de novas instituições com alta solidez e grande potencial de crescimento. A união de forças oportuniza às instituições uma significativa expansão em sua área de atuação e alcance de público, além de promover o reposicionamento da marca, aumento da receita e maior resistência a crises, sendo, inclusive, uma estratégia para sobreviver a momentos críticos de recessão econômica.

Neste contexto, a união de esforços entre as Fundações Francisca Franco e Mary Harriet Speers representa um marco significativo para entidades do terceiro setor. A decisão de unir os dois entes fundacionais é resultado de uma acurada análise de possibilidades que se estendeu ao longo dos últimos dois anos. A identificação de sinergias e complementaridades entre as áreas de atuação de cada fundação desempenhou um papel crucial. Ao examinarmos as razões por trás da criação da Fundação Presbiteriana de São Paulo, percebemos uma estratégia cuidadosa para otimizar recursos e maximizar o impacto na comunidade. Vale lembrar que todo o processo contou com a competente assessoria jurídica das organizações envolvidas e o aval do Ministério Público do Estado de São Paulo.

Um breve histórico das Fundações

Para compreender plenamente a magnitude de tão nobre aliança, é crucial revisitar brevemente a história original das fundações. A Fundação Francisca Franco, com seu legado de serviços sociais, e a Fundação Mary Harriet Speers, com seu compromisso com a educação e cultura, estabeleceram raízes profundas em São Paulo ao longo dos anos.

A Fundação Francisca Franco foi constituída em 23 de dezembro de 1954, por vontade e iniciativa do casal Isaac Virgílio Franco e Sra. Odila Vieira Lago Franco. É uma fundação de Direito Privado, sem fins econômicos ou lucrativos e de natureza filantrópica, de interesse público e social. O nome da Fundação é uma homenagem à memória da mãe de Isaac, a Sra. Francisca Franco: mulher de raras virtudes, cristã piedosa, esposa e mãe exemplar. Na consecução de suas atividades, a Fundação Francisca Franco dedicou-se a atender pessoas em situação de vulnerabilidade social e pessoal, atuando especialmente na cidade de São Paulo com diversos projetos voltados ao resgate da dignidade humana.

A Fundação Mary Harriet Speers foi organizada em 07 de outubro 1982 e constituída por testamento de sua instituidora Sra. Mary Harriet Speers, lavrado em 09 de março de 1981. Como entidade privada e sem fins lucrativos, era dotada de independência e autonomia administrativa e financeira, porém externamente fiscalizada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo. Suas finalidades institucionais tinham como objetivo promover o desenvolvimento integral do indivíduo e da sociedade, por meio da educação, da assistência social, da inclusão social e do desenvolvimento sustentável. Uma das características marcantes da instituição, ao longo de sua história, foi a capacidade de se organizar e reorganizar, transformando seu patrimônio para evitar a perda de rentabilidade dos ativos que patrocinam os projetos.

A Fundação Presbiteriana de São Paulo, fruto dessa notável união de esforços, tem por objeto social a promoção de atividades e ações cujas finalidades sejam de relevância pública e social, predominantemente voltadas à Assistência Social, tendo por finalidade elaborar, viabilizar e executar projetos, programas e ações assistenciais, por si ou entidades conveniadas nos termos da Lei, bem como ações de caráter educativo, cultural e científico, de meio ambiente ou de qualquer outra natureza que objetive a melhoria das condições de vida da população em situação de vulnerabilidade social, tendo como público alvo crianças, adolescentes e sua família.

A Estrutura, a Missão e os Valores Revisitados

A reorganização da nova Fundação após o processo de incorporação e fusão foi uma parte fundamental do processo. Por isso, a estrutura da Fundação Presbiteriana de São Paulo foi meticulosamente planejada para garantir eficiência operacional e alinhamento com os objetivos definidos.

Surgiu, então, a necessidade de revisitar e adaptar a missão e valores das fundações originais. A nova entidade reitera seu compromisso com a comunidade, alinhando-se aos princípios que norteiam suas ações na sociedade:

Missão: “Acolher, educar e profissionalizar, resgatando o ser humano com dignidade”.

Visão: “Excelência na transformação de vidas em situação de vulnerabilidade”.

Valores e Princípios:

• Responsabilidade Social: redução das desigualdades e resgate da cidadania;
• Respeito: prioridade ao ser humano e seus direitos;
• Comprometimento: com a transformação de vidas;
• Acolhimento: carinho e compreensão das necessidades;
• Seriedade: assertividade e integridade;
• Excelência: eficiência e eficácia na gestão e no atendimento.

Projetos e Serviços Ofertados

Os serviços, projetos ou programas patrocinados pela Fundação Presbiteriana de São Paulo estão de acordo com a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais.

A Fundação conta com parcerias, convênios com o Poder Público Municipal; parcerias e doações de Empresas, de Organizações da Sociedade Civil, de Entidades do Terceiro Setor e de pessoas físicas e recursos próprios da organização. Contamos com recursos da Campanha da Nota Fiscal Paulista.

Atualmente, a entidade tem capacidade para atender diretamente 410 usuários mensalmente nos serviços ofertados. Indiretamente, esse número aumenta para 1750 pessoas, aproximadamente, uma vez que as famílias também são atendidas.

Parte do público atendido é composto por crianças e adolescentes, de ambos os sexos, em situação de vulnerabilidade e risco social ou que sofreram com violações de direitos. A instituição fornece, também, assistência a mulheres em situação de vulnerabilidade e de risco pessoal e social, contemplando a situação de risco de morte ou ameaças em razão da violência doméstica e familiar, acompanhadas ou não de seus filhos, inclusive casos de medidas protetivas da Lei Maria da Penha. E, ainda, numa iniciativa mais recente, passaram a ser atendidos indivíduos ou famílias em situação de rua, que têm seus direitos violados e que utilizam espaços públicos como meio de moradia e/ou de sobrevivência. As pessoas idosas e estudantes do ensino de pós-graduação também fazem parte de projetos socioassistenciais complementares aos serviços tipificados.

Compõem o Conselho Curador da entidade os irmãos, membros da 1ª IPI de São Paulo: Presb. Osni de Lima (Presidente), Presb. Ítalo Francisco Curcio (Vice-Presidente), Presba Dorothy Soares Barbosa Maia (Secretária), Octaviano Bazilio Duarte Filho, Queila Cremm Domingues Piran, Presba. Tatiane Novaes Viana, Presb Felipe Courel Cury (Conselheiros). A Diretoria Executiva é composta pelos irmãos Rev. Paulo Eduardo Cesquim (Diretor Presidente), Presb. Osvaldo Vieira Cristo (Diretor Vice-Presidente) e Diac. Egídio Ferreira Coutinho (Diretor Administrativo-Financeiro).

Finalmente, ao analisarmos o potencial impacto da “nova” Fundação, vislumbramos, com grande expectativa, não apenas o alcance de importantes metas imediatas, mas também o estabelecimento de uma saudável influência a longo prazo sobre indivíduos e comunidades atendidas pela entidade no que tange à educação, saúde e bem-estar social.

Podemos afirmar, sem qualquer dúvida, que a criação da Fundação Presbiteriana de São Paulo representa um marco importante na história das organizações do terceiro setor e entidades religiosas em nosso país. Esse marco simboliza não apenas a continuidade das missões das fundações originais, mas também a promessa de um impacto ainda mais significativo na sociedade paulistana através de uma entidade robusta e comprometida com os mais caros valores do Reino de Deus e com a promoção do cuidado integral dedicado ao ser humano.

Rev. Paulo Eduardo Cesquim

Diretor Presidente

Fundação Presbiteriana de São Paulo